Resenha do livro Amor, o próprio – Sofia Menegon

Amor, o próprio

O livro Amor, o próprio, de Sofia Menegon, é uma obra que propõe reflexões profundas sobre o amor em suas diversas formas. Com uma escrita sensível, corajosa e questionadora, a autora estreante provoca o leitor a repensar suas relações, seus afetos e até mesmo suas despedidas. Longe dos clichês românticos, o livro oferece uma nova perspectiva: o amor não como um fim, mas como uma experiência viva, imperfeita, mutável.

Amor, o próprio rapidamente conquistou leitores que buscam mais do que histórias de amor: querem se reconhecer, se provocar e, principalmente, se reconstruir. Com personagens reais, narrativas breves e profundas, Sofia Menegon nos entrega um livro que é tanto companhia quanto espelho.


Sinopse de Amor, o próprio

O livro Amor, o próprio reúne uma coletânea de contos, reflexões e crônicas que giram em torno de uma única questão: o que é o amor? A autora parte do cotidiano para construir uma narrativa que ora conforta, ora inquieta. As histórias variam em tamanho, tom e profundidade, mas todas carregam um traço em comum: a honestidade com que tratam os afetos humanos.

Sofia Menegon retrata o amor como um campo aberto de descoberta, que inclui também a dor, o silêncio, a espera e a despedida. Ela nos mostra que amar é, muitas vezes, um ato de resistência. Seja em relações a dois ou no enfrentamento da solidão, os textos do livro iluminam os recortes da vida onde a vulnerabilidade também é força.


Por que ler Amor, o próprio?

1. Uma visão contemporânea e autêutica sobre o amor

Em Amor, o próprio, o amor é desmistificado. Não é idealizado, não é perfeito, não segue roteiros hollywoodianos. É falho, humano e, por isso, profundamente real. A autora se debruça sobre temas como abandono, construção de si, despedidas e reencontros. “Talvez falar sobre amor seja mais falar sobre despedidas do que sobre chegadas”, ela escreve.

2. Escrita poética e reflexiva

Com um estilo fluido e repleto de lirismo, Sofia nos convida a mergulhar em nossas próprias memórias afetivas. Trechos como “é necessário se deixar rachar para que novas ideias se instalem” revelam a proposta do livro: abrir espaço interno para transformação.

3. Uma leitura que provoca autoconhecimento

Ao abordar a complexidade das relações, a obra oferece ao leitor a possibilidade de se enxergar em diferentes situações. Há passagens que acolhem, outras que confrontam. Em todas, existe uma chance de compreensão mais profunda sobre o amor e sobre si mesmo.


Destaques do livro Amor, o próprio

  • Frases potentes que ficam ecoando mesmo após o fim da leitura, como “amar e viver são a mesma coisa”
  • Histórias curtas e intensas, que provocam reflexão
  • Temas como solidão, saudade, reconstrução emocional e pertencimento
  • Linguagem acessível, com profundidade emocional
  • Representatividade de vivências diversas dentro das relações
  • Um livro para ser lido aos poucos e relido muitas vezes

Frases do livro Amor, o próprio

“Há uma rachadura em tudo. É assim que a luz entra”. É de um poeta chamado Leo-nard Cohen

É necessário se deixar rachar para que novas ideias, novas experiências, novas compreensões de si e do outro se instalem.

Reconhecer o que não é amor nos lança para um campo vasto e aberto de descoberta.

Não sei que fim levou a beliche. Mas, de forma alegórica, ela ainda existe entre nós. Do alto eu sigo longe o bastante, mas perto o suficiente. E é por meio desses vãos que a gente consegue se amar.

Amor é viver. Enquanto a gente vive, a gente ama. Amar e viver são a mesma coisa.

É meu aniversário, o dia mais difícil do ano. O dia em que me lembro do tanto que ainda não fiz, das metas que não bati, das festas que deixei de ir, dos amigos que não visitei, da família que não respondi.

Você foi tudo, absolutamente tudo, por aniversários demais. E agora preciso te derrubar do trono que esculpi só pra você. Derrubar para que não seja mais ocupado. Para que não haja mais monarquias dentro de mim. Para que meus “eus” se encarreguem de gerir este enorme território de um metro e sessenta centímetros que ocupamos.

Eu não vou te chamar, mas, sejamos honestos, você estará presente.

“Talvez falar sobre amor seja mais falar sobre despedidas do que sobre chegadas.”

Enquanto há vida, há estrada pela frente. E é nela que eu sigo, em busca da próxima rota.

Despedidas doem tanto porque carregam em si uma infinidade de incertezas. O não saber o que vai ser deve ser das maiores belezas na vida. Uma beleza que me corrói severamente. Uma beleza que dispensaria se assim pudesse. Despedir-se, entretanto, nem sempre é uma escolha. Pode ser só um precipício para o qual somos empurradas, e então tentamos nos agarrar a qualquer coisa que suavize a queda.


Sobre a autora Sofia Menegon

Sofia Menegon é comunicadora, feminista, LGBT e pesquisadora das relações afetivas e questões de gênero. Começou sua trajetória escrevendo poesias sobre desigualdade social ainda na infância. Em 2019, criou o podcast Louva a Deusa, onde passou a debater temas essenciais com profundidade e sensibilidade.

Durante três anos, foi colunista de uma das principais revistas femininas do país, ganhando destaque pela abordagem humana e direta de assuntos complexos. Amor, o próprio é seu livro de estreia, publicado pela Editora Planeta.


Conclusão

Amor, o próprio, de Sofia Menegon, é um convite para atravessar o amor por inteiro: o que chega, o que fica e o que vai. Uma leitura que acolhe, mas também desinstala; que conforta, mas também inquieta.

Indicado para leitores que buscam conexão, escuta interna e sensibilidade. Um livro para quem acredita que o amor é construção, não destino. Para quem está disposto a se ver no outro e a se refazer por dentro.


Título: Amor, o próprio
Autora: Sofia Menegon
Editora: Planeta
Páginas: 192

Comprar na Amazon


Leia também: Resenha do livro Memórias do subsolo – Fiódor Dostoiévski

bilheteslivros
Logo
Shopping cart