Resenha do livro Últimas poesias – Gabsober

Últimas poesias

Últimas poesias, de Gabsober, é um convite para mergulhar nas profundezas da alma humana. Em sua obra de estreia, o autor apresenta uma coletânea de poemas intensos e confessionais que falam de dor, abandono, identidade e amor. Com uma linguagem direta e simbólica, últimas poesias nos transporta para o interior de um eu lírico que transborda sentimentos não ditos e que encontra na poesia um caminho para se expressar.


Sinopse de Últimas poesias

Últimas poesias é uma coletânea de versos que traduzem as angústias, as inquietações e os abismos emocionais do autor. Divididos entre imagens noturnas, memórias afetivas e reflexões existenciais, os poemas retratam um eu lírico fragmentado, que vive entre o desejo de permanência e a certeza da perda. A obra, escrita com autenticidade, busca dar voz a emoções que por muito tempo ficaram aprisionadas no silêncio.


Por que ler Últimas poesias?

1. Uma leitura para quem se sente incompreendido

Se você já se sentiu como um “estrangeiro aprisionado nesta realidade”, como escreve Gabsober, encontrará consolo e representação em suas palavras. Os poemas falam diretamente com quem luta contra a solidão, a rejeição e a busca por pertencimento.

2. Escrita visceral e autêntica

Últimas poesias não tem medo de tocar nas feridas. Os versos são confessionais, por vezes sombrios, mas sempre repletos de sinceridade. Poemas como “Vazio”, “Rival” e “Jardim” revelam um olhar poético sobre a dor de ser e de sentir.

3. Simbolismo mitológico e lirismo existencial

Gabsober se apropria de figuras como Prosérpina e Pã para metaforizar sentimentos humanos atemporais. Essa conexão com o mito adiciona profundidade aos versos e amplia o sentido das emoções descritas.


Destaques do livro Últimas poesias

  • Poemas curtos e impactantes, com forte carga emocional
  • Uso habilidoso de imagens noturnas e mitológicas
  • Temas como solidão, rejeição, melancolia e busca por identidade
  • Linguagem que equilibra melancolia e beleza
  • Escrita confessional, que toca o leitor com autenticidade
  • Destaque para poemas como “Para sempre”, “Angústia”, “Constelações” e “Você me prometeu o paraíso eterno”

Frases do livro Últimas poesias

Para sempre

Se me fosse permitido

para sempre ver a lua

& as estrelas, eu o faria.

sem qualquer hesitação,

aos deuses minha alma venderia.

se me fosse permitido

para sempre ficar contigo,

transformaria teu peito

em meu abrigo.

se me fosse permitido

para sempre da magia

me beneficiar

com nosso amor

eu iria nos imortalizar.

Angústia

noite, meu manto

obscuro & estrelado.

nas sombras despareço,

adentrando o bosque imaculado.

noite, onde as criaturas

saem de seus esconderijos

se misturando à multidão,

consumidas pela incessante

busca por aceitação.

vazio como uma

garrafa de vinho,

percebo que nesta vida

estou para sempre sozinho.

como um jovem passarinho,

sonho em retornar para o ninho.

mas sob o azul-escuro,

recordo-me de que

nunca tive um porto-seguro.

possuo inúmeras faces,

cada qual, vestida de acordo

com quem decide me ver.

um ator cujos personagens

lhe foram impostos,

destinado a se esconder.

nunca quiseram

me enxergar de verdade,

sou um estrangeiro

aprisionado nesta realidade.

sozinho neste grande palco,

tenho de aceitar

que só poderei ser quem sou

quando as ondas decidirem me tragar.

Rival

eu me persigo dia & noite,

me atormento de hora em hora

me aniquilo ano a ano

& renasço a cada segundo.

Constelações

suas mentiras eram

mais brilhantes que as estrelas

& com elas, você formou constelações.

Jardim

para sempre serei

a solitária flor

que o observava

enquanto provava

do néctar de outro amor.

Você me prometeu o paraíso eterno

mas pelas tuas garras

fui arrastado para o inferno.

quando pã foi morto,

pelos quatros ventos

o pranto foi levado.

contemplando o mundo arruinado,

a sexta plêiade se ausentou

& como um pássaro moribundo,

meu amado trovador

nunca mais cantou.

Prosérpina

por onde andas prosérpina?

a busca de uma mãe desesperada

mostra-se sem sorte

& as pétalas derrubadas

no caminho são hoje

o retrato da morte.


Sobre o autor Gabsober

Gabsober é o pseudônimo de Gabriel Arcano, escritor de contos e poemas. Natural do Brasil, começou sua trajetória literária com últimas poesias, publicado em 2020. Em 2023, lançou seu segundo livro, Das flores tardias quero apenas os espinhos, consolidando sua voz na poesia contemporânea. Sua escrita se destaca por explorar sentimentos profundos com intensidade e lirismo.


Conclusão

Últimas poesias é um livro para quem busca um espelho das emoções mais densas e autênticas da existência. Com versos que oscilam entre a dor e a beleza, Gabsober constrói uma obra poética poderosa, que toca o leitor em sua vulnerabilidade. Ideal para quem aprecia poesia introspectiva, emocional e marcada pela sinceridade, últimas poesias é uma estreia que deixa marca.

Se você procura uma leitura que traduza sentimentos que nem sempre conseguimos nomear, este livro é para você.


Título: Últimas poesias
Autor: Gabsober
Páginas: 83

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